O álbum da Copa do Mundo tem despertado interesse em pessoas de todas as idades. Existem diversos pontos de venda e troca de figurinhas espalhados pelo país. Infelizmente, o modelo tradicional não é inclusivo e pessoas com deficiência visual não conseguem participar da brincadeira.
Este foi o caso de Pedro Maron, que é cego de nascença. Para que o jovem de 11 anos pudesse trocar figurinhas com os amigos da escola, o menino e os pais dele adaptaram o álbum em braile.
“Pedro, em 2018, viu os amigos colecionando o álbum e ele chegou em casa perguntando: 'mamãe, como faço? Meus amigos estão colecionando e também quero.' A maior parte da adaptação foi invenção dela. Em 2022 ele pediu o álbum de novo e ele já participou bem ativamente da produção. É uma versão aperfeiçoada. Esse álbum agora, cada seleção tem as páginas de um a 20. Então ele sabe que toda página tem 20 figurinhas, fica mais fácil dele localizar. Mas não tem ainda pra ele o mais importante, a grande emoção é abrir o pacote e saber se a figurinha está ou não. Ele precisa da gente. Nós dizemos qual é a figurinha e depois ele procura”, disse Marcos Barreto, pai de Pedro, em entrevista ao O LANCE!.
“Agora essa questão do álbum foi mais uma (falta de acessibilidade). Porque a gente já passou por isso muitas vezes. A acessibilidade não está avançada no Brasil e no mundo. É claro que quando a gente vê o resultado a gente fica feliz. Mas até aqui não foi a primeira e não foi a última. Eu espero que hoje, com muito acesso a tecnologia, dá para fazer. Dá pra aprimorar. Com boa vontade dá pra fazer. A primeira pessoa cega que conheci foi meu filho, para ser bem sincero. E a gente aprendeu. Então tem estrutura para fazer”, acrescentou.
Pedro Maron publicou vídeos nas redes sociais mostrando como tem feito para completar seu álbum. A repercussão foi tamanha, que a família foi procurada por veículos do Qatar, país sede da Copa do Mundo, para dar entrevistas.
Redação
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