É possível que algo edificado e mantido durante séculos seja destruído em minutos. Foi o que aconteceu no Iraque e na Síria, onde milhões de vidas foram ceifadas, deixando ambos os países em ruínas. A atitude mais racional seria abandonar tudo e buscar refúgio em países onde houvesse paz e segurança.
Porém, muitos não tiveram condições de sair do território e escolheram ficar para serem usados por Deus.
Cristãos, como Farah e seu marido Janan, fizeram parte daqueles que disseram “sim” para o Senhor. A comunidade onde o casal vive existe desde o século 12 e abrigava 1,5 milhão de pessoas – agora tem 250 mil moradores e está em ruínas. Boa parte dos moradores encontrou refúgio em outros países do Oriente Médio, Europa, América do Norte e Oceania.
Em 2014, Farah, seu marido e um filho pequeno precisaram fugir para Erbil, pois o grupo Estado Islâmico (EI) tinha invadido a região. Eles deixaram a casa e seu negócio, um salão de beleza, para trás; pensando que voltariam em dois dias e retomariam a vida, mas a viagem de volta aconteceu apenas três anos depois, em 2017.
Quando chegaram a Erbil, o cunhado de Farah recebeu os deslocados em uma casa que tinha alugado com colegas de trabalho. Cada um recebeu seus familiares que fugiram dos conflitos e 75 pessoas passaram a morar na residência.
Após dois meses, a família cristã alugou uma casa para viver com os sogros e três cunhados, com suas esposas e filhos.
Nessa época, Farah quase perdeu a esperança de voltar para sua terra natal. Porém, em outubro de 2016, o exército iraquiano e seus aliados retomaram a vila, após dois anos de dominação do EI, que deixou casas, igreja e outros prédios destruídos.
No início de 2017, Farah e a família conseguiram voltar para seu vilarejo e encontraram tudo destruído.
No entanto, nada foi capaz de mudar o propósito de Farah e Janan de retornar e reconstruir o vilarejo que tanto amam. Graças ao apoio dos parceiros da Portas Abertas, a casa da família foi uma das 2.229 reconstruídas.
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