A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou na noite desta quinta-feira (25) a liberação da vacina contra a varíola do macaco (monkeypox) produzida pela farmacêutica Bavarian Nordic, na Dinamarca e na Alemanha, e adquirida pelo Ministério da Saúde junto à Opas/OMS (Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial de Saúde).
Conforme decisão tomada na última semana em que a agência autorizou a importação e o registro excepcionais de remédios e imunizantes contra doença, desde que aprovados por órgãos reguladores internacionais, a diretoria colegiada da Anvisa usou dados fornecidos pelo FDA (agência reguladora dos Estados Unidos), EMA (agência europeia) e órgão regulador do Reino Unido para aprovar o imunizante já aplicado nesses países.
vacina não foi feita exclusivamente contra a varíola do macaco e sim contra a varíola humana, doença que foi considerada erradicada pela OMS em 1980. Mas, como os dois vírus fazem parte da família ortopoxvírus, o imunizante é usado para prevenir também contra a monkeypox.
Meiruze Freitas, diretora-relatora da Anvisa, destacou em seu voto que é esperado que a vacina contra a varíola previna ou reduza a gravidade da infecção pela monkeypox. Todavia, ressaltou ser necessária a realização de estudos de monitoramento aqui no Brasil para confirmar a eficácia.
O Brasil espera a chegada de 50 mil doses no próximo mês. De acordo com entrevista coletiva da última segunda-feira (22) do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esses imunizantes serão destinados apenas aos profissionais de saúde que lidam diretamente com as pessoas infectadas.
Os fármacos devem ser conservados em temperatura entre -60 a -40°C, têm validade de 60 meses e são indicadas apenas a adultos acima de 18 anos.
Sobre a doença:
A varíola dos macacos é causada pelo vírus monkeypox. Apesar do nome, o hospedeiro da varíola ainda é desconhecido, embora haja suspeitas de que os roedores desempenham um papel importante na transmissão.
O monkeypox é transmitido através do contato com uma pessoa ou animal infectado, além da transmissão indireta, por meio do contato com objetos infectados.
A transmissão da varíola dos macacos pode ocorrer por via respiratória, por gotículas respiratórias ou através de lesões na pele (mesmo que não visíveis). Geralmente as gotículas não conseguem viajar por muitos metros, por isso a transmissão acontece por meio do contato próximo e prolongado com uma pessoa infectada.
Os sintomas da varíola dos macacos são parecidos com os sintomas da varíola humana, porém são, de maneira geral, mais leves. A principal diferença está no inchaço nos gânglios linfáticos, condição chamada linfadenopatia. O período de incubação do vírus — ou seja, o tempo desde a infecção até os sintomas — é de sete a 14 dias, podendo variar de cinco a 21 dias.
Os sintomas iniciais são:
Febre;
Dor de cabeça;
Dores musculares;
Dor nas costas;
Linfonodos inchados;
Arrepios;
Exaustão.
Dentro de um a três dias após os primeiros sintomas, o paciente desenvolve lesões na pele, caracterizadas por seu aspecto perolado e pela presença de líquidos. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, essas erupções cutâneas passam pelos seguintes estágios até desaparecerem:
Máculas;
Pápulas;
Vesículas;
Pústulas;
Escaras.
Segundo a professora Giliane, essas lesões na pele são contagiosas. “Elas são riquíssimas de vírus, então, ao entrar em contato com essa pele infectada, há o contato direto com as partículas virais e a pessoa pode se contaminar”, informa. A infecção pela varíola dos macacos tem duração de duas a quatro semanas.
Fontes: R7 e Minha Vida
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