Um levantamento da Mar Asset Management revela que o Brasil já possui estados onde a maioria da população se identifica como evangélica, e essa tendência deve se fortalecer nos próximos anos. O estudo, intitulado "Vai na fé! O impacto eleitoral do crescimento dos evangélicos", aponta que Rondônia, Amazonas, Espírito Santo e Acre já são estados de maioria evangélica.

Em 2022, 52% da população de Rondônia e 50% do Amazonas se declaravam evangélicos. No Espírito Santo, o índice era de 47%, enquanto no Acre, 46%. A projeção para 2026 indica que o número de estados com maioria evangélica subirá para oito, incluindo Amapá e Rio de Janeiro.

O estudo também estima que, em 2026, os evangélicos representarão 35,8% da população brasileira. As regiões com maior presença serão o Norte (48%) e o Centro-Oeste (43%), seguidas pelo Sudeste (38%) e Sul (31%). No Nordeste, apesar de um crescimento mais gradual, a expectativa é de que o percentual alcance 29%.

Outro dado significativo é a expansão do número de igrejas evangélicas no Brasil. Nos últimos dez anos, o total de templos dobrou, ultrapassando a marca de 140 mil em 2023. Em média, cerca de 5 mil novas igrejas foram abertas anualmente.

Além do crescimento populacional e estrutural, o impacto eleitoral dos evangélicos tem se tornado cada vez mais evidente. O economista Raphael Santos, um dos responsáveis pela pesquisa, destaca que esse segmento tende a seguir pautas conservadoras, influenciando diretamente o cenário político.

“Eles votam alinhados a valores tradicionais e a temas ligados aos costumes. Esses eleitores evitam candidatos que defendem, por exemplo, a legalização do aborto”, explica Santos.

Redação